Manaus, 19 de Abril de 2024

A COMUNICAÇÃO DAS PRINCIPAIS CANDIDATURAS AO GOVERNO DO AMAZONAS

Por: Carlos Santiago
24/07/2017 - 19:15

Carlos Santiago

 *Por Carlos Santiago

 
Alguns amigos me cobraram um pequeno comentário sobre a comunicação das campanhas eleitorais da eleição suplementar ao governo do Amazonas. Pois bem, abaixo, comento somente sobre a comunicação dos principais postulantes ao pleito de 2017.
 
Amazonino Mendes – Possui três mandatos de governador do Estado, três como prefeito de Manaus e um de Senador da República. As principais críticas como gestor, destacam-se o fracasso do modelo econômico chamado de “Terceiro Ciclo”, os péssimos indicadores educacionais que continuaram e a falta do serviço de água em milhares de casas no Estado.
 
Além de representar as mazelas da política, como caciquismo, governo dos amigos e denúncias em escândalos de corrupção. Mas também tem suas realizações elogiáveis como a criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), hospital Francisca Mendes, Bumbodrómo de Parintins, programas sociais (leite do meu filho, carreta da Mulher, bolsa família municipal e outros) e, sabe como poucos fazer avaliação de cenário político. Até quando desistiu da reeleição, já sabia que era improvável sua recondução ao Executivo Municipal. E agora, soube novamente se recolocar no cenário eleitoral. É o candidato de uma coligação com forte estrutura econômica, com apoio de parte do secretari
ado estadual e de prefeitos, além de possuir muito tempo de televisão e rádio para fazer propaganda.
 
Comunicação – Faz uma boa comunicação, com tom emotivo e populista, ou seja, “vende” esperanças, com uma linguagem simples e fala direto ao eleitor. Fala pouco de passado e diz muito de futuro e esperança. Aliás, Amazonino Mendes e Gilberto Mestrinho ganharam muitas eleições com essa fórmula: tom emotivo, linguagem simples e direta. Uma das facetas do populismo. Fórmula que criou uma cultura de comunicação eleitoral no Estado.
 
Eduardo Braga – foi duas vezes governador do Estado, prefeito de Manaus, Senador da República, vereador de Manaus, deputado estadual e federal. Principais críticas aos seus mandatos: O fracassado modelo econômico chamado de Zona Franca Verde, péssimo modelo de transparência de governo, péssimos indicadores de educação e saúde, e representa governante centralizador, o caciquismo político e também as mazelas da política, como escândalos de corrupção. Como gestor, sobressai, com as obras do Prosamim, o Programa Água para Manaus - (Proama), Avenida das Torres, Educação à distância – Centros de Mídias e programas sociais como Jovem Cidadão, Bolsa Floresta e outros.
 
É também um político determinado para alcançar o Poder, pois já foi adversário de Amazonino, Alfredo Nascimento, Omar Aziz, Artur e também foi aliado em outras eleições. Destacou-se no cenário nacional como líder do governo federal, passa sempre a imagem que possui muita energia pra alcançar seus objetivos, além de pertencer a uma família tradicional do comércio. É o líder de uma coligação com força econômica, apoio de prefeitos e com bom tempo de TV e Rádio para fazer propaganda.
 
Comunicação - Faz uma boa comunicação. Linguagem simples e direta. Usa mais a racionalidade na abordagem do presente e do futuro. Gasta energia com a imagem de bom gestor pra falar de esperança e dias melhores com convicção, e em tom professoral. Sem apelar para a emoção. Quando faz uma abordagem mais crítica e dura, usa sempre um correligionário, uma característica das suas campanhas. Na última eleição, deixou as críticas ao encargo do candidato ao Senado Federal, assim como nas eleições de 1998, quando usava seus candidatos que disputavam os cargo de deputados federais e, agora o candidato a vice-governador é a bola da vez.
 
Rebecca Garcia – Foi duas vezes deputada federal e é ex-superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa). A principal crítica como gestora está no maior índice de desemprego do Polo Industrial dos últimos anos, sem impor uma marca de gestão e com quase nada de investimentos no Estado, uma gestão até carente de força política, o que culminou com a sua exoneração. Embora tenha lutado para agilizar a liberação dos Processos Produtivos Básicos (PPBs) e a construção do Plano Diretor Industrial.
 
Ela oferece ao eleitor projetos aprovados na área do direito da mulher pela Câmara dos Deputados e uma vida pública sem escândalos político, conjugando a experiência do setor público com a do privado, capaz de romper com os velhos aliados. É candidata que conta com apoio do governador interino, de prefeitos e parte do secretariado do Estado, além da presidência da Assembleia Legislativa do Amazonas.

Comunicação – faz uma boa comunicação. É apresentada como alguém com boa formação, mulher meiga, bom conhecimento da maquina pública e do setor privado. Sabe mesclar o tom emotivo com o racional. Com destaque para uma renovação na política, sendo uma opção para quem não deseja votar no candidato “A” ou “B”, buscando entrar no eleitorado que rejeita as candidaturas do Amazonino e do Eduardo Braga. Os eleitores órfãos do Marcelo Ramos também é o foco do perfil apresentado pela comunicação da candidata.
 
Os outros candidato(a)s – Em regra as outras candidaturas representam estratégias de seus partidos de apresentarem ao eleitorado do Amazonas nomes, objetivando as próximas eleições ou é apenas um capricho pessoal ou da família.
 
Algumas candidaturas não têm uma comunicação organizada, estão sem foco. Outras, com velhos chavões de eleições anteriores, sem criatividade, apenas reproduzindo as pressões partidárias, gastam energias com o passado e esquecem o futuro.
 
*Sociólogo, advogado e especialista em design, marketing e propaganda pela Ufam.
 
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