Manaus, 20 de Abril de 2024

MINHAS PROFISSÕES

Por: Tarcísio Barbosa
30/12/2017 - 17:30

Tarcísio Barbosa

Tarcísio Barbosa 
 
O pobre começa a trabalhar bem cedo. Antigamente era assim. Atualmente,  o estatuto da criança e do adolescente proíbe a criança/jovem de trabalhar. O que eu acho uma grande bobagem, na medida em que este estatuto na vai molhar a mão de nenhuma criança pobre.
 
Comecei engraxando sapatos, lá pelos meus  sete/oito anos. Papai comprou pra mim uma caixa de engraxate e eu, aos sábados, visitava meus vizinhos perguntando se tinham  sapatos pra engraxar. Posteriormente, eu vendi banana, de porta em porta, para um  vizinho, que me  dava  vinte por cento de comissão. Ajudei papai, que era alfaiate.  Comecei consertando bainhas de calças.
 
Papai pegava o trabalho, eu desmanchava as bainhas, papai marcava a nova bainha, e eu costurava à mão.   E ele me dava um troco. Eu costumava também  chulear calças.  Trabalhei alguns meses  na antiga Farmácia Dias, situada, à época, no atual calçadão;  numa fábrica de sapatos, na Avenida Santa Rita; e de garçom  no  Bar e Restaurante Damasco, situado, à época, na Praça Silvano Brandão. 
 
Durante o Curso Agrotécnico e o curso de  Agronomia, trabalhei  de  garçom em muitos bailes. Trabalhei na Secretaria do Colégio de Viçosa em 60/61 para custear meus estudos da  terceira e quarta séries do ginásio, sétima e oitava séries atuais.  Na UFV, à época, Uremg, trabalhei de servente de pedreiro em 1964, nas férias do meio do ano,  na construção do Centro  de Ensino de Extensão. Quando terminei o Agrotécnico em 64,  fui trabalhar na Acaresc, serviço de Extensão Rural,  em Santa Catarina, onde fiquei dois anos. Quando fazia a  terceira e quarta  séries no Colégio de Viçosa, eu já dava aulas  particulares de português para alunos encaminhados pelos meus professores de português, a pedido de suas respectivas mães.   Tipo aulas de reforço da atualidade.    
 
Trabalhei  na seção de fotografia da Uremg em 64/65 para não ter que pagar nenhuma taxa  e até hoje sou fanático por fotografia. 
 
Durante o curso de agronomia, montei um cursinho de admissão, que funcionou em janeiro/fevereiro de 68/69.
 
Venho dando  aulas particulares de português desde os 15/16 anos. Dei  ainda aulas de francês, minha segunda língua,  inglês e, eventualmente, de latim, que estudei no seminário. Lecionei português para o ginásio, terceira e quarta   séries,  e em cursinhos pré-vestibular quando fazia agronomia, e dei cursos particulares de português, gramática e redação, a partir de 94, quando me aposentei. Trabalhei na Emater Minas depois de formado em agronomia  e no  Planalsucar. Quando fiz mestrado, lecionei na UFV.  
 
Quando eu trabalhava no Planalsucar, em Ponte Nova, trabalhei com apicultura. Cheguei a ter 40 colmeias. Depois vendi tudo por falta de tempo de dar uma boa assistência.  Tive também, em sociedade com um garimpeiro,  duas balsas para extração de ouro.   Tive nesta, mesma época, uma pequena fábrica de roupas.
 
O Presidente  Color, quando assumiu,  extinguiu o IAA-PLANALSUCAR  e muitos  funcionários foram postos à disposição. Então, para não ficar à toa, comprei uma lanchonete, a Lanchonete Panorama, que  transformei em restaurante selfservice.  Toquei o empreendimento  durante  dois  anos.  
 
Como sou fanático por culinária, quando um irmão meu assumiu o barzinho do Viçosa Clube, ele me  encarregou  da cozinha. Fiz muita  comida de boteco, tipo feijoada, vaca atolada, feijão tropeiro, frango à passarinho, bolinho de carne moída... Sucesso absoluto!
 
Após minha aposentadoria em 94, decidi ser vendedor. Trabalhei  durante seis anos   com vendas de fitas VHS, gêneros alimentícios,   material de higiene e limpeza e bebida quente. Lecionei Biodiversidade, Gestão Ambiental e Botânica em duas universidades particulares, mas não gostei,   pois se você exigir, você  reprova quase todo mundo  e leva bronca do diretor.   
 
Venho trabalhando com revisão gramatical desde os 15/16 anos.   Quando o professor de português passava uma redação como dever de casa,   alguns colegas faziam a redação e, antes de entregá-la ao professor, passavam-na pra mim, que corrigia,  o colega passava a limpo,   entregava pro professor  e tirava boa nota. E eu ganhava um troquinho! Eventualmente eu fazia  redação para algum  colega. 
 
A Internet veio me auxiliar no meu trabalho de revisão, pois, sem sair de casa, pego trabalho do país inteiro. Tenho trabalhado também com tradução,  português/francês e, eventualmente, português/inglês, mas não  gosto, pois é extremamente cansativo, faço só para servir a um ou  outro cliente. E não tem faltado trabalho. Às vezes, passo até aperto pra dar conta dele. 
 
Se você, que leu este texto,  tiver algum trabalho interessante, me chame que encaro!

jtbarbosa500@yahoo.com.br
 
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