Para Pl?nio, a conduta de Paulo Guedes refor?a o preconceito e o olhar enviesado do Sul e Sudeste do pa?s em rela??o aos estados da Amaz?nia
Para Plínio, a conduta de Paulo Guedes reforça o preconceito e o olhar enviesado do Sul e Sudeste do país em relação aos estados da Amazônia
O senador amazonense Plínio Valério (PSDB-AM) repudiou de forma veemente na manhã desta quinta-feira, 18, a ideia do ministro da Economia Paulo Guedes de querer matar o modelo Zona Franca de Manaus por asfixia.
Na avaliação do senador, na entrevista concedida na noite da quarta-feira, 17, à GloboNews, o ministro deixou bem clara as suas intenção de “matar a Zona Franca de Manaus por asfixia”, mudando o sistema tributário nacional de forma a zerar os subsídios e incentivos dados as empresas que atuam no polo industrial de Manaus.
Na entrevista Guedes reconheceu que não pode acabar com a ZFM porque o modelo está assegurado na Constituição Federal, mas destacou que se os impostos caírem todos para zero, ele não estaria ferindo a garantia constitucional de sua existência.
“Tenho que deixar o Brasil bem ferrado para deixar Manaus?”, disse Guedes, ao discorrer sobre um eventual plano nacional de simplificação de impostos.
“O ministro Paulo Guedes, que se acha um semi Deus grego, deixou claro que não acaba com a Zona Franca de Manaus porque não pode, é lei, mas revelou vai matá-la à míngua, deixando assim uma grande incerteza e dúvida para quem pretendia investir no Amazonas. O que ele finge não entender, é que uma Nação não se faz com números, mas com políticas públicas que priorizem sua gente. O semi Deus não aprendeu quando esteve em Chicago, que criar novos empregos é coisa muito difícil e mais: ignora que distribuir novos empregos é pior ainda”, afirmou o senador Plínio Valério.
A fala de Guedes preocupou mais ainda o parlamentar amazonense, porque não aponta uma solução para a sobrevivência da Zona Franca de Manaus e os empregos que deixarão de existir.
Para Plínio, a fala de Guedes se constitui em um balde de água fria para os parlamentares da Amazônia que lutam pela modernização do único modelo de desenvolvimento sustentável para a região.
“O ministro não aponta uma saída para um modelo que emprega quase cem mil trabalhadores diretos e que representa cinquenta por cento de toda arrecadação na região Norte. E mais: que é responsável direto pela preservação da maior reserva tropical do Planeta. A questão é: qual é o plano do Governo Federal pra Amazônia Ocidental? Eu concordo que estejamos reféns da ZFM. Mas quais as alternativas postas à mesa? O Governo Federal será o grande indutor disso? Ou Seremos nós? Ele não aponta nenhuma saída a não ser que entremos floresta à dentro colhendo frutas e entregando à Coca Cola para produzir sucos”, disse Plínio Valério.
Para o senador, na entrevista, Paulo Guedes, por desconhecimento da realidade local, reforçou o preconceito e o olhar enviesado do Sul e Sudeste do País em relação aos estados da Amazônia. Ao ministro, Plínio explicou que, só dentro do Amazonas cabem o Sul e Sudeste juntos, todo o Reino Unido e mais a França.
“E aquele que se julga semi Deus acha que uma renúncia fiscal de alguns bilhões é muito para uma população que, pelo isolamento geográfico, precisa ser olhada com olhos de solidariedade e não de preconceito. O mestre de Chicago não entende nada de Amazônia. Sequer é capaz de perceber que, quando fala de Zona Franca, está falando de cinco Estados - Acre, Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia -, que se não pertencesse ao Brasil seria o 18º maior país do Planeta. A maior biodiversidade, o maior volume de água doce e a maior floresta estão aqui na nossa região”, argumentou Plínio Valério.