Acordo estaria sendo construído há três semanas e um dos seus objetivos seria evitar que o inquérito da fake news avance sobre Bolsonaro e seus filhos
Acordo estaria sendo construído há três semanas e um dos seus objetivos seria evitar que o inquérito da fake news avance sobre Bolsonaro e seus filhos
Da redação
O recuo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com um 'MEA-CULPA', dizendo que não teve a intenção de agredir outros poderes, divulgado na tarde de 09/09/2021, surpreendeu muita gente, particularmente parte dos seus apoiadores, que esperavam a adoção de medidas mais "severas".
Mas, o jornalista Cláudio Dantas, do site o antagonista, afirma no artigo "Com Supremo, com tudo", publicado na noite da quinta-feira, 09/09, que o retrocesso "ajuda a restabelecer um acordo costurado com Ciro Nogueira (ministro-chefe da Casa Civil), Gilmar Mendes (ministro do STF), Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados) e Rodrigo Pacheco (Presidente do Senado)". Entretanto, ele alerta, que "o presidente é imprevisível".
Confira.
Claudio Dantas - 09.09.21 21:07
Recuo de Bolsonaro ajuda a restabelecer acordo costurado com Ciro Nogueira, Gilmar Mendes, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco; mas presidente é imprevisível
Ele consiste na rejeição da ação que pede no Supremo a derrubada dos decretos das armas, uma nova regulamentação em torno da reserva Raposa Serra do Sol e a transferência do inquérito das fake news para Augusto Aras — evitando que ele avance sobre Jair Bolsonaro e seus filhos.
No plano legislativo, também está prevista a aprovação de uma PEC para restringir a atuação do Supremo a temas constitucionais (de difícil tramitação), a aprovação de um ICMS fixo e do Auxílio Brasil; além da solução para os precatórios (nas mãos do CNJ) e, claro, a aprovação do nome de André Mendonça para o STF.
Temer também teria apoio para se candidatar a deputado federal em 2022 e presidir a Câmara após o biênio de Lira.
Ninguém tem claro se esse acordo será cumprido na íntegra, considerando as questões complexas envolvidas e o próprio comportamento imprevisível de Bolsonaro. Os ataques dele ao STF no 7 de Setembro mostraram aos interlocutores envolvidos nesse acerto que o presidente só consegue governar para a militância e reage a ela quando pressionado.