Por Carlos Santiago
Elas não querem somente namorar. Elas querem também conversar muito, muito ... Hoje mesmo com as facilidades tecnológicas de interação entre pessoas e as liberdades para buscar relacionamentos, ainda assim, muita gente se sente só e com necessidade de encontrar diálogos.
Na última sexta-feira, estive na livraria Saraiva do Manauara, fui comprar livros para presentear. E quando eu estava sentado, num delicioso sofá, manuseando obras literárias, chegou próximo a mim uma mulher adulta, com livros nas mãos e, disse: “adoro a minha profissão. Por isso, sempre compro livros”. E continuou falando: “sou professora de inglês, mas não é fácil ensinar aos alunos da rede pública”.
Então, eu falei pra ela que a dificuldade de ensinar não estava restrita ao idioma inglês, mas que outras disciplinas também encontram resistências, em especial, num mundo onde o professor tem o desafio de ser mais um sujeito que interage com o aluno, porque têm outros, como redes sociais, televisão e ...A nossa conversa sobre alguns temas demorou cerca de 20 minutos, quando chegou um homem perto de nós e falou: “vamos”. Ela se despediu e saiu com seu esposo.
Avistei uma cafeteria dentro da livraria e resolvi tomar um cafezinho, minutos depois que me “sentei à mesa”, uma mulher jovem perguntou se poderia sentar na cadeira da mesma mesa. Eu respondi que sim. Ela sentou-se e perguntou: você já escolheu o livro que procurava? Eu respondi que ainda não porque estava na dúvida se levava da área de política ou de literatura brasileira. Nesse momento, a jovem começou a descrever os temas dos livros que tinha comprado, sempre relacionados ao futuro do homem na terra. Eu também comecei a dialogar sobre as minha leituras...
Depois de 30 minutos, após muitos cafezinhos, tive que ir embora porque tinha um compromisso acadêmico na Universidade Federal. Despedi-me falando do meu compromisso. Então, a jovem disse que ainda ia ficar lá porque estava esperando o namorado consertar o carro.
Nos diálogos com as mulheres, tanto com a jovem, quanto com a mulher madura, não encontrei nenhum interesse além dos diálogos sobre a vida, profissão e literaturas. Portanto, num mundo onde é tão difícil ser ouvido e confiar em alguém, uma boa conversa e troca de ideias sempre fazem bem.
*Sociólogo e Advogado