Manaus, 26 de Abril de 2024

Reforma Administrativa de Amazonino corre risco de n?o ser aprovada na Assembleia

Nos bastidores h? quem garanta que o quarto mandato de Amazonino n?o ser? igual aos tr?s que passaram, ?quando s? ele mandava e todos obedeciam?

Política | 13/10/2017 - 11:10
Foto: Foto - Ney Xavier

Amazonino Mendes n?o conta com os votos necess?rios para aprovar os seus projetos

 Nos bastidores há quem garanta que o quarto mandato de Amazonino não será igual aos três que passaram, “quando só ele mandava e todos obedeciam”
 
Por Wanoldo Maia de Freitas
 
Apesar do otimismo do líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado (ALEAM), Dermilson Chagas (PEN), a proposta de reforma administrativa defendida pelo governador tampão do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT), corre o risco de não ser aprovada naquela Casa, porque o chefe do Executivo estadual não tem os votos necessários para impor a sua vontade e deverá enfrentar uma oposição nunca vista.
 
Para o líder do governo “o Amazonas não perde seu rumo se ocorrer a fusão ou extinção de alguma pasta”, mas a maioria dos parlamentares não parece muito disposta a se indispor com milhares de pais de família que estão ameaçados de perder seus empregos em plena crise, porque dentro de 12 meses todos devem buscar a reeleição. 
 
Nos bastidores da Assembleia já tem gente parafraseando uma velha marchinha de carnaval que diz que “este ano não vai ser igual aquele que passou ...” e cantarolando, de forma bem-humorada, que “esse quarto mandato de Amazonino não será igual aqueles três que passaram, quando só ele mandava e todo mundo obedecia”. 
 
Por uma questão de justiça vale destacar que houve um tempo em que somente um deputado, Eron Bezerra (PCdoB), fazia oposição e dava muito trabalho a Amazonino e, posteriormente, a Eduardo Braga (PMDB), antes de sucumbir aos "encantos do poder", apesar de ser sempre atropelado pelo rolo compressor do governo, que tinha a maioria dos votos.  Então, resta esperar para saber o que o “Negão” fará, agora, para driblar a rejeição da maioria dos deputados às suas “determinações”.
 
Sem força
 
A julgar pela presença de apenas sete parlamentares no primeiro encontro de Amazonino com a sua base aliada, na tarde da última terça-feira, 10, pode-se dizer que o chefe do Executivo amazonense deverá enfrentar dificuldades quando precisar do chamado “quórum qualificado” da Assembleia para começar a colocar em prática seus dotes de “empreguete” e começar a arrumar a casa, porque contaria hoje com apenas 9 dos 16 votos necessários.
 
Essa “dificuldade” de impor a sua vontade à Assembleia Legislativa e aprovar os projetos que considerar indispensáveis para começar a “arrumar a casa” poderá custar muito caro a Amazonino, porque ele só dispõe de praticamente 12 meses para mostrar resultados e pavimentar o caminho que o levaria a chegar em 2018 em condições de disputar uma provável reeleição.
 
Atualmente, Amazonino contaria com os votos de Josué Neto (único integrante do PSD de Omar Aziz que se manteve fiel durante a eleição suplementar e apoiou a proposta da candidatura de Amazonino Mendes), Wanderley Dallas e Vicente Lopes (dissidentes do PMDB), Orlando Cidade (do Podemos de Abdala Fraxe, que apoia David Almeida), Dermilson Chagas (PEN), Adjuto Afonso (único deputado do PDT), Donmarques - que é do PSDB e é suplente de Sidney Leite, atual chefe da Casa Civil -, Mário Bastos (que é do PSD e ganhou a vaga com a eleição de Bosco Saraiva para o cargo de vice governador) e Carlos Alberto (do PRTB de Silas Câmara). 
 
Há quem aponte erro nessa conta e garanta que Amazonino conta hoje com pelo menos 11 votos na ALEAM e tem “meios e habilidade necessária para convencer pelo menos meia dúzia” de deputados que hoje estão alinhados com o grupo de David Almeida, presidente daquela casa, que promete “não dar moleza” para o novo chefe do Executivo e fazer valer “a independência” do Legislativo estadual.
 
Dizem que Belarmino Lins (PROS), por ser “governista de carteirinha”, já teria garantido o seu ingresso no barco de Amazonino, e que Augusto Ferraz, do DEM de Pauderney Avelino, apesar da insatisfação por não ter sido agraciado com nenhuma secretaria no novo governo, poderá ser cooptado sem muita dificuldade.
 
As dificuldades são grandes, porque a oposição contaria, em tese, com 14 votos dos deputados David Almeida, Ricardo Nicolau e Dr. Gomes (dissidentes do PSD), José Ricardo e Sinésio Campos (PT), Luiz Castro (Rede), Abdala Fraxe e Francisco Souza (Podemos), Sabá Reis e Cabo Maciel (PR), Platini Soares e Augusto Ferraz (DEM), Serafim Corrêa (PSB) e Alessandra Campelo (PMDB).  
 
Outro olhar 
 
Mas o que se percebe na Assembleia é uma forte mobilização de parlamentares em torno da proposta de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para passar a limpo os contratos da área da saúde, do período do governo do atual senador Omar Aziz (PSD) e de José Melo (PROS), cassado por compra de votos no pleito de 2014.
 
Para alguns deputados, a instalação de uma CPI está dependendo agora dos esclarecimentos que deverão ser prestados àquela casa na terça-feira, 17, por Francisco Deodato, secretário estadual de saúde do governo Amazonino Mendes e autor da denúncia de um déficit bilionário naquela pasta.
 
Reservadamente alguns parlamentares destacam que a principal meta dessa CPI é “olhar com uma lupa os contratos da gestão de Omar Aziz”, hoje senador pelo PSD, “acabar com a sua arrogância, queimar sua imagem e inviabilizar uma provável candidatura ao governo do estado em 2018”.
 
Também há quem acredite que Omar Aziz não sobreviveria a uma CPI bem trabalhada sobre os contratos da área da saúde, porque tais ações não republicanas teriam “drenado milhões dos cofres públicos” e comprometido a prestação de serviços indispensáveis à população.
 
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