Manaus, 26 de Abril de 2024

Além dos buracos, o que será que Arthur também não viu?, indaga vovó Cacilda

Vovó Cacilda lembra que a gestão Arthur Neto gastou R$ 200 milhões, em 2019 e 2020, em serviço de tapa-buracos.

Política | 12/04/2021 - 09:05
Foto: Reprodu??o

Tucano em voo

 Vovó Cacilda lembra que a gestão Arthur Neto gastou R$ 200 milhões, em 2019 e 2020, em serviços de tapa-buracos


Por Warnoldo Maia de Freitas

Depois da divulgação pela imprensa da recuperação, pelo novo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), nos seus primeiros 100 dias de trabalho, de mais de duas mil ruas que estavam "perdidas" e cheias de buracos na capital do Amazonas, apesar de o ex-prefeito tucano ter lançado até campanha de "caça-buracos" na cidade, vovó Cacilda quer saber o que Arthur Neto também não viu.

De acordo com vovó Cacilda, as manifestações midiáticas do ex-prefeito Arthur Neto como, por exemplo, a campanha de "caça-buracos" só serviram para confirmar uma das características do representante dos tucanos, porque essas aves costumam fazer muito barulho, principalmente quando estão voando.

"Em fevereiro de 2016 a ex-primeira dama e atual deputada estadual Nejmi Aziz, esposa do senador Omar Aziz, deu um tremendo puxão de orelha no ex-prefeito, mas as suas cobranças não surtiram o efeito desejado", lembra vovó Cacilca.

Segundo ela, naquele ano a ex-primeira dama questionou o problema e perguntou se o ex-prefeito não morava em Manaus, se só andava de  helicóptero e por tal razão não conseguia ver o péssimo estado de conservação de muitas ruas de Manaus.

Tapa-buraco levou R$ 200 milhões  

A boa velhinha afirma, ainda, não entender como foi que o ex-prefeito conseguiu gastar R$ 200 milhões - R$ 100 milhões no exercício de 2019 e outros R$ 100 milhões em 2020 -, em  480 comunidades, por meio de um mega projeto de tapa-buracos em Manaus, e não conseguiu achar essas mais de duas mil ruas "encontradas", agora, pelo novo chefe do Executivo municipal.

"Pelo visto o buraco existente em Manaus era mesmo muito grande. Tanto é que R$ 200 milhões não foram suficientes para tapá-lo", argumenta.

Compreensiva, vovó Cacilda pondera, lembra que Manaus cresceu muito nos últimos anos e destaca que o prefeito não é obrigado a conhecer toda a cidade. Mas, faz questão de ressaltar que os  seus assessores mais diretos do prefeito tinham o dever de ofício de "ajudar o chefe" e indicar a ele onde seria possível "saciar" a sua "louca" vontade de encontrar um buraco.

"Será que todos só sabiam dizer sim ao chefe?. Em várias ruas de bairros próximos ao centro de Manaus é possível encontrar buracos que estão fazendo aniversario", afirma, dizendo não entender a "cequeira" que atacou parte da gestão do ex-prefeito.

Pensativa, vovó Cacilda aproveita para parafrasear o próprio prefeito Arthur Neto, que nos últimos meses da sua gestão afirmava, constantemente, que andava "louco pra achar um buraco" e não conseguia encontrar, e destaca, com base na experiência dos seus 90 anos, que a loucura deixa as pessoas cegas.

Segundo vovó Cacilda, que gosta de ler Michel Foucault, a maluquice acaba transformando os homens e as pessoas afetadas por ela acabam tornando-se contraditórias e deixam de ser consideradas apenas um erro, mas, também, uma ameaça à razão.

"Será que foi esse estado de devaneio profundo, de doidice, de doideira, de louquice e de piração que levou o ex-prefeito a mandar fazer obras de afogadilho e de péssima qualidade na cidade, a exemplo do viaduto-tobogã construído na entrada do conjunto Manôa, na Cidade Nova", indaga. "E o que dizer da passagem de nível situada na entrada do bairro São Jorge, que só permite a passagem de caminhões com até quatro metros de altura?", questiona, destacando, de forma enigmática, que o amor é cego e a loucura sempre o acompanha.
 
 
 

 

 
 
 
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