Manaus, 26 de Abril de 2024

Caso Fl?vio revela despreparo de muitos e deixa v?rias li?es

J? n?o ? mais poss?vel maquiar os fatos e ficar impune

Política | 11/10/2019 - 11:00
Foto: Reprodu??o

Pol?cia mant?m investiga?es

 Já não é mais possível maquiar os fatos e ficar impune


Por Warnoldo Maia de Freitas
 
Uma máxima popular diz que "há males que vêm para o bem" e o "Caso Flávio", envolvendo a morte do engenheiro Flávio dos Santos, ocorrida, de acordo com a polícia, na noite do domingo 29 de setembro na casa de Alejandro Valeiko, enteado do prefeito de Manaus, Artnur Neto (PSDB), é um exemplo de tal afirmativa, com a devida VENIA das mães dos envolvidos, tanto  dos envolvidos no assassinato quanto da vítima, porque elas estão sofrendo.
 
O caso, assim como a frase, se revela uma antítese das boas condutas esperadas na convivência social, uma, digamos, luta entre o mal e o bem ou o bem e o mal, como queiram, porque evidencia uma grande soma de esforços de pessoas e profissionais que deveriam, por dever de ofício, pautar suas condutas na observância do princípio da Moralidade, na busca pelo interesse público, na boa-fé e na probidade, se arvorar e adotar posições consideradas equivocadas, para defender versões e posições do interesse da família do enteado do prefeito.
 
Muitos se empenharam para emplacar parte da versão oficial dos fatos como, por exemplo, a já demolida pela polícia, que indicava a invasão da casa onde ocorreu o crime por homens encapuzados, outros para tentar blindar o prefeito Arthur Neto, porque ele teria autorizado o uso da estrutura do Executivo municipal para socorrer o seu enteado.
 
Presenciamos, também, vereadores tomados pela emoção, chorar em plenário na defesa do prefeito, bem como outros exaltando de forma exacerbada a história do chefe do Executivo municipal, sem levar em conta que todos nós somos passíveis de cometer erros e que condutas passadas não servem para justificar a prática de possíveis atos impensados, adotados no calor das emoções.  
 
Teve ainda vereador que não gostou de ver um jornalista afirmar, em vídeo, que "a Câmara Municipal de Manaus estava de joelhos" e tentou tomar satisfações do autor do comentário, ignorando o princípio básico do respeito, da tolerância às posições diferentes, indispensáveis e fundamentais em um estado democrático de direito.
 
Quer dizer, ao tomar satisfações durante a sessão plenária, o parlamentar tentou apagar fogo com gasolina e acabou chamando a atenção para um fato que, certamente, passaria despercebido para muita gente, e revelou não dominar as técnicas primárias de gestão de crise.
 
Não se pode esquecer, também, a conduta equivocada de alguns profissionais da área de imprensa que não mediram esforços para emplacar uma versão oficial desfocada dos acontecimentos, querendo a todo custo contrariar os fatos vivenciados por quem todo dia está na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e por não ter compromisso com ninguém, sempre procura informar com precisão.
 
Quer dizer, muitos contrariaram o ensinamento do secretário municipal de Articulação Política, Luiz Alberto Carijó, que apontou a necessidade de não se perder a prudência e a paciência no trato de crises iguais a provocada pelo "Caso Flávio", bem como a observação feita pelo vereador Gedeão Amorim (MDB), que usou parte do pensamento de George Herbert, segundo o qual, “quando falares, cuidas para que tuas palavras sejam melhores do que o teu silêncio”.
 
Na prática, muitos profissionais do voto ainda não entenderam que os tempos são outros e que, graças ao fenômeno da internet e das redes sociais, que democratizou o acesso à informação, já não é mais possível maquiar, encobrir, disfarçar, mascarar os fatos e ficar impune. 
 
De parabéns estão a polícia, porque de forma rápida identificou todos os envolvidos nos crimes de assassinato e desova do corpo do engenheiro Flávio dos Santos, e está finalizando as investigações, e o vereador Marco Antônio Chico Preto (PMN), que cobrou explicações sobre o possível uso da estrutura e de servidores da Prefeitura de Manaus em ações destinadas a encobrir os fatos e dar fuga a um dos acusados pelo crime.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 
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