Nossa solidariedade às mães que estão sofrendo
Por Warnoldo Maia de Freitas
O secretário municipal de Articulação Política, Luiz Alberto Carijó, ex-vereador e ex-prefeito de Manaus, portanto um político experiente e calejado, está com a razão ao afirmar que, não se pode perder a prudência e a paciência, mas agir, sempre, dentro dos limites que a lei impõe.
De acordo com alguns autores, a simples noção de prudência "leva a uma comunicação em uma linguagem clara, principalmente quando se trata de informar sobre assuntos considerados delicados" como, por exemplo, o envolvimento de um parente em um crime de homicídio, até porque envolve os sentimentos dos parentes da vítima.
O mesmo se pode dizer da conduta do vereador, ex-deputado federal e secretário estadual de Educação, Gedeão Amorim (MDB), durante a sessão especial realizada na manhã desta quarta-feira, 09/10/2019 para prestar esclarecimentos aos vereadores sobre o possível uso da máquina pública para atender a interesses particulares, no caso, a utilização de um carro alugado e servidores públicos para ajudar Alejandro Valeiko, enteado do prefeito Arthur Neto (PSDB), a dar sumiço ao corpo do engenheiro Flávio dos Santos, assassinado na noite do dia 29 de setembro na casa que seria da esposa do chefe do Executivo e dar fuga ao suspeito de praticar os crimes.
Em breve pronuciamento Gedeão fez questão de destacar parte do pensamento de George Herbert, segundo o qual, “quando falares cuidas para que tuas palavras sejam melhores do que o teu silêncio”.
Tanto Carijó quanto Gedeão apresentaram duas grandes observações e ensinamentos no momento em que as atenções estão centradas na tentativa de entender e identificar a verdade no meio do emaranhado de versões que surgem diariamente sobre o assassinato do engenheiro Flávio dos Santos.
Acossado pelas emoções o prefeito Arthur Neto (PSDB) deixou de lado a prudência e a paciência e acabou metendo os pés pelas mãos ao apresentar uma versão fantasiosa, com base em informações equivocadas, apontando a invasão do local do crime por homens encapuzados, versão essa devidamente demolida pela investigação policial.
Quer dizer, ao deixar de lado a prudência e a paciência, necessárias diante de uma crise inesperada, o prefeito acabou transformando um assassinato em um caso político que promete dar muita dor de cabeça para muita gente, com o andar das investigações e possível quebra do sigilo telefônico de todos os envolvidos, medida considerada necessária para o cruzamento de informações e para saber quem, de fato, ligou para quem naquela noite.
A bancada de sustentação do prefeito na Câmara Municipal de Manaus (CMM), sem observar o princípio da prudência e da paciência, também cometeu um grande equívoco ao derrubar na segunda-feira, 07/10/2019, o requerimento do vereador Chico Preto (PMN), que cobrava informações sobre o possível uso da máquina pública no episódio.
E depois de ser pressionada pela opinião pública e de perceber a necessidade de ficar de bem com o eleitorado, porque no ano que vem tem eleição e todos devem buscar a reeleição, os membros da bancada acabaram convencidos da necessidade de prestar esclarecimentos à população e voltaram atrás aprovando uma sessão especial com o objetivo de sanar o problema causado pela falta de prudência e paciência.
Resta esperar. A polícia já identificou os principais suspeitos de envolvimento no assassinato do engenheiro Flávio dos Santos e está trabalhando na apuração de todos os fatos para enquadrar todos os culpados na forma da lei.
Portanto, mais uma vez, prudência e paciência são itens indispensáveis.
Nossa solidariedade às mães que estão sofrendo.